A “Engenharia e Gestão Industrial” surgiu, naturalmente, como uma especialidade emergente, reconhecida nacional e internacionalmente e de grande valor acrescentado
O Porquê do Colégio de Engenharia e Gestão Industrial
A evolução exponencial da Engenharia, acompanhando todo o progresso científico, tecnológico e civilizacional registados nas últimas décadas, deu origem a novos domínios e áreas de intervenção. Neste contexto, a "Engenharia e Gestão Industrial” surgiu, naturalmente, como uma especialidade emergente, reconhecida nacional e internacionalmente e de grande valor acrescentado.
Sendo a "Engenharia e Gestão Industrial” uma área multidisciplinar, que conjuga as ciências da engenharia com as ciências empresariais, com vista à resolução de problemas das empresas e das indústrias, assume-se, claramente, como um domínio de atividade da Engenharia com características técnicas e científicas próprias. O reconhecimento desta realidade, com três décadas de existência, está amplamente justificado pela criação dos cursos desta Especialidade, com esta denominação ou semelhante, pela grande maioria dos Estabelecimentos de Ensino Superior Portugueses, Universidades e Institutos Politécnicos, públicos e privados, à semelhança do registado internacionalmente. Consequentemente, justificava-se plenamente o reconhecimento da Especialidade, no seio da Ordem dos Engenheiros, consubstanciada na criação do "Colégio de Engenharia e Gestão Industrial”.
Na prática, o papel do engenheiro de gestão industrial passa por planear, otimizar e gerir atividades, como a produção industrial (os seus processos e operações), a logística e a distribuição, atuando também em áreas como as finanças, o marketing, os sistemas de informação, a estratégia e a organização de uma empresa, seja ela produtiva ou de consultoria. O papel dos profissionais com esta formação consiste em planear e gerir sistemas complexos, com uma forte interação entre variáveis tecnológicas, económicas e organizacionais, com um enfoque na eficiência, produtividade e qualidade.
Enquadramento
Na base do crescimento e reconhecimento da "Engenharia e Gestão Industrial”, a nível Nacional, está um sistema de ensino superior de elevada qualidade, responsável pela formação de profissionais qualificados em todas as áreas ligadas à produção e gestão industrial e que, anualmente, permite a formação de cerca de 700 estudantes.
Considerando os dados atualmente disponíveis, é de prever um aumento substancial, ano após ano, do número de engenheiros diplomados em "Engenharia e Gestão Industrial” em Portugal e que a sua progressiva integração em equipas multidisciplinares, nas mais diversas áreas da atividade industrial e dos serviços, venha a ser uma realidade.
Pela análise dos dados consultados, é possível concluir, com razoável aproximação, que foram formados, em Portugal, desde 1990 até hoje, cerca de 16.000 profissionais de "Engenharia e Gestão Industrial”, o que representa, se considerarmos que a inscrição na Ordem dos Engenheiros ronda, em média, os 25% do total de diplomados, teremos um potencial de 4.000 Membros para o novo Colégio de "Engenharia e Gestão Industrial”.
Daí a importância da existência do Colégio da Especialidade e o papel a desempenhar pelos seus órgãos dirigentes, no sentido de divulgar, promover e captar novos Membros para a Ordem, quebrando o estigma da não existência de um Colégio para acolher os engenheiros da Especialidade que têm sido distribuídos pelos outros Colégios, um pouco em função da área de atividade que desempenham.
Paralelamente, a nível internacional, existe já um amplo reconhecimento dos diplomados em "Engenharia e Gestão Industrial”, como sendo profissionais importantes para a promoção e desenvolvimento da produção industrial e dos serviços complementares e que contribuem de forma clara para um aumento do acesso a sistemas de produção mais eficazes, de melhor qualidade e mais seguros.
Esta situação pode ser comprovada pela crescente procura de diplomados com esta formação, seja para integrar os quadros de empresas estrangeiras a operar em Portugal, seja para integrar os próprios quadros nos países de origem dessas mesmas empresas
Desafios
Tem existido um distanciamento significativo entre estes profissionais e a associação profissional, em grande parte justificado pela falta de representatividade dentro da Ordem dos Engenheiros, mas também pela ausência de regulamentação da profissão, o que permite o seu exercício e a prática de atos de engenharia por indivíduos não qualificados, o que traz enormes dúvidas e desconfiança quanto ao interesse e validade da inscrição na associação profissional.
Contudo, acreditamos que, com a criação do "Colégio de Engenharia e Gestão Industrial” na Ordem dos Engenheiros, estes engenheiros se sintam mais próximos de uma Ordem inclusiva, que pretende reforçar a aposta na prática regulamentada da Engenharia em Portugal e numa atualização das necessidades na investigação, desenvolvimento tecnológico e produção industrial.
Desta forma, este novo Colégio de Especialidade vai permitir, a médio-longo prazo, a facilitação da regulamentação e da fiscalização do papel destes engenheiros em Portugal, o que terá impacto no reconhecimento da profissão, dando-lhe um papel regulado e certificado, através da normalização das funções do Engenheiro de "Engenharia e Gestão Industrial” e do reconhecimento das suas competências e dos atos por estes praticados.
Tudo isto terá impacto na facilidade de ingresso no mercado de trabalho dentro da área de formação destes diplomados, uma vez que será possível zelar pelos interesses dos destinatários do seu trabalho, a população em geral, assegurando a qualidade e fiabilidade dos serviços prestados a essa mesma população, aumentando assim o contributo e enaltecendo o papel destes profissionais no panorama nacional.
Benefícios
Analisando de outra forma, a existência do novo "Colégio de Engenharia e Gestão Industrial”, para além de responder aos desafios anteriormente identificados, trará benefícios para os seus Membros, para a própria Ordem e para a sociedade em geral, nomeadamente:
• A captação de um número significativo de novos Membros para a Ordem dos Engenheiros, pois, como já anteriormente referido, uma maioria significativa de diplomados nesta Especialidade tem manifestado o seu desinteresse na sua inscrição na Ordem, por não se reverem nos Colégios em que são habitualmente inscritos.
• O devido reconhecimento para os seus Membros, pelos Colegas das outras Especialidades, dos seus conhecimentos e das suas especificidades, quer a nível da formação académica, quer a nível da vivência profissional.
• A possibilidade de regulamentar e fiscalizar, não obstante as crescentes limitações legais, o exercício de determinadas atividades e atos de engenharia que se tomam em contexto industrial, muitas vezes por indivíduos sem formação, conhecimento ou capacidade para tal.
• Garantir à sociedade que os bens e serviços produzidos são de confiança e não colocam em risco o bem-estar ou a vida da comunidade ou dos seus indivíduos.
• A possibilidade de maior e melhor interação da Ordem dos Engenheiros com os inúmeros departamentos de "Engenharia e Gestão Industrial” existentes nos Estabelecimentos de Ensino Superior portugueses.
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