Um dos grandes desafios na Engenharia que se dedica ao desenvolvimento de tecnologias de apoio à Medicina é a preparação/aplicação de terapias orientadas a cada paciente em específico. Em concreto, a Engenharia de Tecidos pode, num sentido lato, ser interpretada como a ciência que estuda estratégias de reparação, regeneração ou substituição de tecidos biológicos, desde a pele ao coração.

Se é possível, por exemplo, obter o formato de um disco intervertebral prestes a ser removido por se encontrar demasiado herniado ou calcular o tamanho de uma falha óssea num fémur, através de imagem médica, é possível projetar uma prótese de disco ou um enxerto ósseo que preencha exatamente o defeito que se destina a corrigir.

Ao mesmo tempo, tecnologias como a impressão 3D já permitem uma precisão de grau médico e tolerâncias de fabrico não menos apertadas, fazendo com que a geometria e dimensão possa ser efetivamente igual ao que foi projetado. Assim, ganham cada vez mais relevância os materiais capazes de mimetizar o material biológico original. No caso concreto do osso, uma estrutura que vise corrigir um defeito ou permitir a consolidação de uma fratura de larga escala deve ser compatibilizada com a estrutura porosa do osso trabecular e ser mais compacta quando se atinge o osso cortical. Não menos importante será a biointegração, biocompatibilidade e muitas vezes biodegradabilidade destes materiais, para que seja possível a diferenciação e proliferação celular que possibilita, por sua vez, a regeneração óssea nativa.

Este é um dos caminhos mais interessantes para a investigação em novos materiais e métodos de fabrico mais precisos, sendo mais uma ponte entre a Engenharia e a Medicina em prol da contínua evolução dos tratamentos clínicos.

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