Um enigma fulcral da gestão de "megaprojetos” – grandes projetos de infraestruturas como aeroportos, ferrovias ou centrais elétricas – é como liderar e governar o megaprojeto para garantir a sua legitimidade ao longo do ciclo de vida. Na fase inicial de planeamento, para aceder ao capital e outros recursos necessários, os gestores têm de cumprir as normas e regulamentos que estabelecem a necessidade dos retornos económicos excederem os custos de produção. 

Mas para posteriormente executar o projeto, os gestores têm de encorajar a colaboração de um vasto ecossistema de stakeholders, incluindo comunidades locais, autoridades locais, reguladores, e grupos de interesse, e agir em conformidade com preocupações sociais e ambientais que vão muito para além da lei e regulações em vigor. Para fazer a transição de um objetivo do investimento centrado na captura de valor económico para um propósito mais alargado, os gestores vão ter de relaxar o orçamento, prazo, e âmbito do projecto, fazendo disparar objeções por parte de investidores institucionais, protestos mediáticos, e tentativas de cancelamento do projeto por críticos com base em motivos ideológicos e/ou oportunistas. 

Com um painel de ilustres convidados do Reino Unido e de Portugal com décadas de experiência no planeamento e execução de megaprojetos, esta iniciativa visa debater a experiência do Reino Unido nas últimas décadas, com destaque para megaprojetos ferroviários (Crossrail, High-Speed 2) e aeroportuários (Heathrow Terminal 5, Terminal 2), e tirar lições sobre como os gestores portugueses de megaprojetos podem lidar com os ajustes difíceis e  inevitáveis entre objetivos financeiros, sociais e ambientais que vão certamente experienciar nas próximas décadas. 

Membros: 150€
Não Membros: 200€