Quase 50 anos depois da abertura do primeiro curso em Engenharia Informática em Portugal, enfrentamos hoje um desafio sem precedentes na área, com os olhos do país postos na transformação digital.

Em termos técnicos sentimo-nos preparados para automatizar processos e desenvolver produtos de qualidade, que genericamente podemos referir como sistemas informáticos. Mas continuamos sem conseguir que a sociedade reconheça o nosso papel enquanto engenheiros, tanto nesta transformação como no desenvolvimento da indústria nacional.

Na verdade, a sociedade ainda não interiorizou a ideia do que pode esperar do Engenheiro Informático. E apesar da publicação da lista de atos de engenharia informática, continuamos sem conseguir que estes nos sejam confiados. E esta questão não se limita à clarificação de responsabilidades entre Engenheiros e licenciados em Engenharia. Não! Vai mais longe! É urgente identificar fronteiras de intervenção entre Informáticos, Engenheiros Informáticos e mesmo Engenheiros Eletrotécnicos. Só com esta clarificação será possível definir o alvo da nossa atividade – do nosso objeto! E com eles, os nossos atos e responsabilidades. 

Estamos num momento em que importa refletir sobre a Identidade da Engenharia Informática, delimitar a sua fronteira de responsabilidades e clarificar a interdependência com outras áreas.

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